20 fevereiro 2014

2

Seasons Nos Filmes (Desafio Um Diretor Por Mês - Janeiro) - Orações Para Bobby - Russel Mulcahy




Olá Pessoal, novamente eu peço desculpa pela demora de postar isso, é que a faculdade anda consumindo minha vida, e queria um tempo para construir esse post. E hoje eu trago para vocês o primeiro post referente ao desafio que visa aumentar meu vicio por filmes já que ando meio enferrujado nessa parte da minha vida. Então decidir fazer esse desafio se lhe interessou clique aqui para saber como é o desafio. E o diretor escolhido para o mês de Janeiro foi o Russel Mulcahy e o filme dirigido por ele assistido foi o emocionante Orações Para Bobby.


Russel Mulcahy - Biografia

Russel é um famoso cineasta e diretor de cinema Australiano, natural de Melbourne, o seu trabalho é bastante conhecido pela forma que produz suas cenas onde a presença marcante de cortes rápidos, tiros de rastreamentos e luzes brilhantes e o seu sucesso não só está relacionado ao seu trabalho na direção dos filmes e sim ele é bastante conhecido por ser diretor de Vídeos Musicais na década de 1980, e em seu extenso currículo a atuações em alguns filmes como em Highlander II: A Ressurreição. E tem trabalho como diretor de seriados como é o seu trabalho atual, onde dirige alguns episódios de Teen Wolf, mas também já dirigiu episódios nos seriados Skin e Queer As Folk. E dentre os filmes que compõe sua filmografia além do Orações Por Bobby (2009), podemos destacar Resident Evil 3: A Extinção (2007) e O Escorpião Rei: A saga de um guerreiro (2008).


Orações Por Bobby 

Ficha Técnica
Título Original: Prayers for Bobby 
Ano do lançamento: 2009 
Produção: EUA 
Gênero: Biografia, Drama 
Direção: Russell Mulcahy 
Roteiro: Katie Ford, Leroy Aarons 

Sinopse: Mary (Sigourney Weaver) é uma religiosa que segue à risca todas as palavras da bíblia. Quando seu filho Bobby (Ryan Kelley) revela ser gay, ela imediatamente leva o filho para terapias e cultos religiosos com o intuito de “curá-lo”."

"Eu não posso deixar que ninguém saiba que eu não sou hétero. Isso seria tão humilhante. Meus amigos iriam me odiar, com certeza. Eles poderiam até me bater. Na minha família, já ouvi várias vezes eles falando que odeiam os gays, que Deus odeia os gays também. Isso realmente me apavora quando escuto minha família falando desse jeito, porque eles estão realmente falando de mim... Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da Terra." 
Esse trecho é um pedaço que consta no diário de Bobby, apenas um pedaço do drama que veremos nesse filme, e Mary Griffitth (Sigourney Weaver) uma mulher religiosa ao extremo, vê na sexualidade do seu filho uma doença e com base em suas crenças o leva a uma jornada de se "Curar", o que ela não prévia é que isso afetaria tanto que no futuro a transformaria em uma grande defensora da causa que seu filho representa.

 Bobby, um garoto como todos os outros de sua idade. Bobby tinha 16, um filho maravilhoso e bastante querido pelos pais, obediente e integrante de uma família, bastante religiosa e tradicional, mas muito, muito unida. É nítido a união que cada membro tinha entre eles, e ele era um garoto feliz. E pela sua estrutura familiar bastante firmada, ele tinha tudo para ser bastante compreendido e apoiado no que ele escolhesse para a sua vida. 
Menos por um mero detalhe, Bobby com o passar de seu crescimento se descobre gay, e até tenta esconder, pelo fato de conhecer sua mãe uma católica devota a sua crença e a sua igreja. Mas não demora muito, para Bobby ser descoberto pela mãe, que o leva em um jornada dolorosa tanto psicologicamente e emocionalmente, em busca de uma cura, levando a todo tipo de lugar para curar a "doença" do filho e o força a ir ao psiquiatra em busca de curar seu filho desse mal que tanta a incomoda.

E não bastando sofrer por conta da religião e toda a sua obsessão por isso, ainda temos o contexto social da época em que Bobby vivia era o ano de 1970, uma época onde a AIDS começa a ter seu apogeu e com total ligação aos homossexuais, onde era visto como pecadores e por denegrirem a imagem familiar tão cultivada pela sociedade em questão. 
E por conta dessa neurose materna Bobby começa sofrer com a pressão materna que lhe sufoca com o dizeres que a sua religião prega, espalhando post-its colados por toda a casa com frases demonstrando o quanto a condição do garoto é um pecado. E o comportamento de Bobby só tende a cair em agressividade comum para um jovem que é exposto a tanta opressão por parte de sua mãe. E com o envolvimento do resto da família vem a descrença do pai que tanto tinha sonhos com o seu filho, e o seu irmão que espalha sua condição em uma cidade pequena e como bem sabemos, a bomba que isso é em uma cidade pequena como a deles.

E depois de sessões confusas de psiquiatria a ultima solução para a "cura" de Bobby, o garoto consegue ter uma liberdade com a ajuda de uma prima que mora em uma cidade grande próxima a cidade dele. E é nessa cidade onde Bobby descobre, um pouco de felicidade e conheci David, um garoto sexualmente resolvido e que ao contrário de Bobby, tem total apoio dos pais e eles tem um relacionamento intenso e Bobby pensa que através disso sua família poderia aceita-lo com o tempo o que não acontece, e com toda pressão e sufocamento oriundo de tudo que Bobby passou nem a relação com David conseguiu impedir que aos vinte anos de idade, o garoto tão querido se jogasse de uma ponte tendo morte instantânea.

A notícia cai como uma bomba na família, todos se desesperam e a estrutura que já estava frágil se desmorona totalmente, e começa o dilema entre os pais em saber quem tinha culpa e começa o bate e rebate de culpa, o pai culpa Mary de sufocar o filho com sua fé obsessiva e ela por outro lado o culpa por ser ausente. E é nesse momento que o filme tem o seu cume e onde temos a lição principal, e então tem inicio a busca de Mary por entender o seu filho, primeiro busca explicações a bíblia e a sua fé e por uma esperança de que por mais de todos os pecados que ele carregava, ela ainda esperava que ele estivesse com Deus o que a leva a buscar ajuda em um grupo de pais de gays e lésbicas, e é aí que de fato ela começa a entender o que de fato ocorreu com seu filho. O que não reduz sua culpa, de pelo fato de sua neurose religiosa seu filho não está mais ao seu lado, sendo o seu velho e querido garoto.

"Orações para Bobby", lançado em 2009 é inspirado no livro de título "Prayers for Bobby – A Mother’s Coming to Terms With the Suicide of Her Gay Son" que é escrito por Mary e conta toda a trajetória do seu filho, e como o sonho do Bobby era ser escritor esse livro é em sua homenagem e possui trechos do seu diário pessoal. O filme é bem simples sem muitos efeitos e o foca mesmo o drama vivido por Mary com a perda do Bobby, o que dá ao filme um tom reflexivo e emocionante ainda maior. 
Retrato da família do Bobby e ele marcado, podemos ver Mary e ao lado Bobby já grande.

E o mais interessante é que o filme aborda uma temática super atual, não só mostrando o preconceito contra a sexualidade e o mostrar como a ignorância das pessoas é que são os verdadeiros destruidores do âmbito familiar o que geralmente é posto a condição homossexual, as pessoas ficam tão cegas que se destroem sem nem perceberem e no fim colocam a culpa em quem só quer ser compreendido. E também aborda a temática religiosa o que é bastante comum hoje em dia, um tema bastante delicado de se tratar atualmente. E por fim mostra a mãe em busca de compreensão mesmo depois de ser tarde demais para salvar seu filho. O que a torna um exemplo em defesa da causa que o filho só queria expressar naturalmente sem machucar ninguém.

E o filme não teria toda carga emotiva se não fossem pelos atores, o destaque podemos dar claro a Sigourney Weaver, que carrega várias indicações ao oscar e Globo de ouro, ela conseguiu ir além, ela captou a essência real da Mary, que não é apenas uma personagem caricata do cinema e sim uma mulher real, que cuida de sua casa, tem sua fé e tenta ao máximo proteger seu filho o que ela consegue com perfeita maestria e talento. Outro ator que me marcou foi o jovem Ryan Kelley, que conseguiu de forma singular expressar todo  o drama sofrido por Bobby.

E para finalizar posso destacar duas cenas que foram o cume e que me levou as lágrimas a cena que o Bobby se joga do viaduto, e todas as suas palavras antes de sua morte e do discurso da Mary em defesa da comunidade LGBT.

"Eu não sabia, que cada vez que eu ecoava a condenação eterna aos gays, cada vez que eu me referia ao Bobby, como doente e pervertido, e perigoso às nossas crianças, a sua auto-estima, os seus próprios valores, estavam sendo destruídos"

"Ter fé cega é tão perigoso quanto não ter fé"





Fica aí a super dica, para vocês que procuram um filme real e um bom drama, que com certeza te levará as lágrimas. Um dos meus favoritos sem dúvidas.

Espero que tenham gostado da critica, não sou muito entendedor de filmes, mas estou tentando aprender sobre eles para escrever para vocês, não esqueça de passar por aqui e deixar seu comentário. O filme é super simples de achar no Youtube para assistir online. Fiquem com o discurso de Mary em Orações para Bobby:


 

2 comentários:

  1. Clovis, super curti essa ideia e acho que vou aderir também, começar a ser mais seletiva quanto aos filmes que assisto! Fiquei com vontade de assistir a esse também :)

    Beijão,
    Caroline, do http://criticandoporai.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Caroline!
      Que bom que gostou da ideia, quando fizer algo relacionado no seu blog, pode me chamar que quero ver. Assista super indico.

      Beijos,
      Clovis

      Excluir